quarta-feira, 23 de maio de 2012

O SONO



Pode definir-se sono como "um período de repouso para o corpo e a mente, durante o qual a volição e a consciência estão em inatividade parcial ou completa". O sono é importante, pois proporciona sensação de energia física, psíquica e intelectual restabelecida, principalmente para aquelas pessoas que estão doentes, enquanto a privação deste pode afetar a regeneração celular assim como a total recuperação da função imunitária.

O sono divide-se em dois tipos fisiologicamente distintos:
  • NREM (Non Rapid Eye Movement ou "Movimento Não Rápido dos Olhos")
 Ele ocupa cerca de 75% do tempo do sono e divide-se em quatro períodos distintos conhecidos como  
estágios 1, 2, 3 e 4
Estágio 1: Começa com uma sonolência. Dura aproximadamente cinco minutos. A pessoa adormece. É caracterizado por um Eletroencéfalograma semelhante ao do estado de vigília. Esse estágio tem uma duração de um a dois minutos, estando o indivíduo facilmente despertável. Predominam sensações de vagueio, pensamentos incertos, movimento das mãos e dos pés, lenta contração e dilatação pupilar.
Estágio 2: Caracteriza-se por a pessoa já dormir, porém não profundamente. Dura cerca de cinco a quinze minutos. O eletroencefalograma mostra frequências de ondas mais lentas. Nessa fase, os despertares por estimulação táctil, fala ou movimentos corporais são mais difíceis do que no anterior estágio. Aqui a pessoa já pode sonhar e ter uma história integrada.
Estágio 3: Tem muitas semelhanças com o estágio 4. Nessas fases, os estímulos necessários para acordar são maiores. Do estágio 3 para o estágio 4, há uma progressão da dificuldade de despertar. Esse estágio tem a duração de cerca de quinze a vinte minutos.
Estágio 4: São quarenta minutos de sono profundo. É muito difícil acordar alguém nessa fase de sono. 

Depois, a pessoa retorna ao terceiro estágio (por cinco minutos) e ao segundo estágio (por mais quinze minutos). Entra, então, no sono REM. O sono NREM é essencialmente um período de conservação e recuperação de energia física.

Durante o sono, o indivíduo passa, geralmente por ciclos repetitivos, começando pelo estágio 1 do sono NREM, progredindo até o estágio 4, regride para o estágio 2, e entra em sono REM. Volta de novo ao estágio 2 e assim se repete novamente todo o ciclo.
  • REM (Rapid Eye Movement ou "Movimento Rápido dos Olhos")
O sono REM caracteriza-se por uma intensa atividade registrada no Eletroencefalograma seguida por flacidez e paralisia funcional dos músculos esqueléticos. Nesta fase do sono, a atividade cerebral é intensa, tendo sobretudo sonhos envolvendo situações emocionalmente muito fortes.
A fase representa 20 a 25% do tempo total de sono e surge em intervalos de sessenta a noventa minutos. É essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo. Nosso desempenho físico e mental está diretamente ligado a uma boa noite de sono. O efeito de uma madrugada em claro é semelhante ao de uma embriaguez leve: a coordenação motora é prejudicada e a capacidade de raciocínio fica comprometida, ou seja, sem o merecido descanso o organismo deixa de cumprir uma série de tarefas importantíssimas.

É verdade que crescemos enquanto dormimos ?
Sim, é verdade. Na infância, cerca de 90% do hormônio do crescimento é liberado durante o sono. Crianças que dormem mal têm mais chances de ter problemas no seu desenvolvimento físico. O hormônio do crescimento continua sendo liberado mesmo na fase adulta. Embora em doses menores, isso continua ocorrendo durante o sono. Em pessoas adultas ele evita a flacidez muscular e garante vigor físico.

Quais são as principais interferências ao sono?
As interferências ao sono poderiam ser classificadas em externas e orgânicas. Como exemplos de interferências externas poderíamos citar: os trabalhos noturnos ou turnos rotativos, os eventuais problemas com fusos horários (em casos de viagens), as pessoas chamadas de corujas (que possuem mais energia ao entardecer) e as chamadas de cotovias (deitam-se muito cedo e dormem cada vez menos com o passar do tempo). Para exemplificar interferências orgânicas podemos citar: o ronco, a apnéia (freqüentemente associada ao ronco, é o fechamento da passagem de ar ao nível da garganta pelos próprios tecidos da mesma com conseqüente parada da respiração), a insônia, a narcolepsia (sonolência diurna excessiva), o bruxismo (ranger de dentes) a síndrome das pernas inquietas e outras. O ronco e o bruxismo, geralmente, incomodam mais quem dorme nas proximidades do que quem apresenta o quadro clínico.

Veja algumas dicas para melhorar a qualidade do seu sono:
1. Antes de tudo, durma em um local confortável, fresco, escuro e silencioso. As alterações de ruído, de luz e de temperatura podem atrapalhar o sono;
2. Prepare-se para dormir. Crie seus próprios rituais como a meditação, o relaxamento, a oração ou outra técnica de controle da tensão. Anote em um caderno todos os seus problemas antes de dormir. Não vá para a cama com eles! Isso funciona como um santo remédio para muita gente;
3. Evite olhar o relógio a cada vez que acordar: este hábito pode piorar uma eventual noite de insônia;
4. Pratique exercícios regularmente, pois isso melhora as condições do organismo. Mas procure fazer ginástica até duas horas antes de se deitar;
5. Não durma com fome. Uma boa dica é beber um copo de leite morno antes de ir para a cama: o leite é rico em triptofano, que é um precursor da serotonina - substância envolvida no processo de sono.

Referências:
 Assista o vídeo ilustrativo: