quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O medo patológico

Sentir medo é inerente ao ser humano, ou seja, faz parte da pessoa, é inseparável por natureza. O medo é benéfico, pois tem a função de proteção. Entretanto, quando este medo passa a desencadear sintomas de grande intensidade e duração maiores que o esperado, damos o nome de medo patológico.

O medo patológico diferencia-se do medo normal por não ter causa objetiva ou base na realidade para provocar uma aflição desmedida. O distúrbio pode apresentar-se das seguintes formas:


  • como fobia específica (pavor de animais, de escuridão, de água etc.),
  •  fobia social (da qual o horror de falar em público é o exemplo mais popular) 
  • e sob a forma de ataques de pânico – em que o paciente passa a ser acometido de uma hora para outra de sintomas físicos terríveis, sem que saiba identificar exatamente o que o ameaça.

No ápice das manifestações, as fobias e o pânico são altamente limitantes e quase sempre expõem a pessoa a vexames de toda ordem. Exemplos: o medo de elevador pode fazer com que uma pessoa simplesmente se recuse a trabalhar ou morar em andar alto, o medo de um inseto (barata, lagartixa) pode levar a pessoa a não entrar em casa ou onde tiver que ir por causa da presença ameaçadora, entre outros.

De acordo com Cristina Poles, um dos piores aspectos do pânico é o que os médicos chamam de "medo de ter medo". Apavorada com a idéia de voltar a sentir os sintomas, a pessoa passa a fugir dos ambientes em que os ataques ocorreram, como se tal atitude pudesse evitá-los. É por essa razão que tantas vítimas acabam se trancafiando em casa.

Segundo alguns autores, o medo foi classificado em 6 fases: 1) Prudência; 2) Cautela; 3) Alarme; 4) Ansiedade; 5) Pânico (medo intenso); 6) Terror (medo intensíssimo). De acordo com a intensidade do medo, as reações físicas e emocionais também se intensificam como taquicardia, sudorese, tensão muscular, aumento da respiração, pois o medo, como visto antes é uma resposta a situação de perigo ou possível perigo.

As manifestações do medo patológico podem variar de uma pessoa para outra. Em geral, os sinais e sintomas físicos comumente encontrados são de: fadiga fácil, fraqueza, insônia, calafrio, suor excessivo, tensão muscular, palpitação, nó na garganta, pressão no peito, boca seca, náuseas, vômitos, diarreia, adormecimento em partes do corpo, inquietude, tremores, incontinência urinária. Necessariamente não há que apresentar todos esses sintomas. 

As manifestações emocionais percebem-se das seguintes formas: sensação de estar tenso, contraído, nervoso ou ser facilmente assustado, tristeza constante, dificuldade de concentração ou de memória, irritabilidade, insônia ou sono não reparador, agitação aumentada, excessiva preocupação ou medo que alguma coisa ruim possa acontecer. 

Esses sintomas podem aparecer subitamente ou gradualmente ao longo de minutos, de horas ou de dias. A duração pode ser muito variável, indo de poucos segundos a vários anos. A intensidade pode ir de uma angústia pouco perceptível a um pânico estabelecido, como explica a psicóloga Maria Lucia Pesce Dias.

Normalmente a indicação medicamentosa para os tipos citados de medos patológicos são antidepressivos, ansiolíticos e betabloqueadores (controlam alguns dos sintomas físicos da ansiedade, como os tremores e a transpiração). Portanto, nenhuma das drogas existentes cura por completo fobias ou pânico. Elas servem para controlar a intensidade dos sintomas – o que, sem dúvida, faz uma enorme diferença para os que sofrem desses problemas. Já se constatou também que os remédios são mais eficazes quando associados a terapias. 

É importante saber como explica o psicólogo Weslei Rangel, que todo tipo de medo é passível de tratamento, desde um medo normal até o medo patológico. A psicoterapia sempre é grande aliada nesses tratamentos e muito importante, principalmente, para o cliente manter sua melhora e viver uma vida normal. Mesmos os medos não considerados patológicos podem ser trabalhado em psicoterapia, principalmente em crianças. O importante é, apesar dos medos que afligem, a pessoa não ter medo de procurar ajuda.

Referências:

DIAS, Maria Lucia Pesce. O democrata. Quando sabemos se o Medo é comum ou patológico? In: Saúde. 31 de Agosto de 2013. Disponível em: <http://www.odemocrata.com.br/quando-sabemos-se-o-medo-e-comum-ou-patologico/> Acesso em: 28/10/13.

POLES, Cristina. Veja on line. O medo que tortura. In: Geral. Edição 1 688, 21 de fevereiro de 2001. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/210201/p_104a.html> Acesso em: 28/10/13.

RANGEL, Weslei. PsicoWeslei. Medo: Normal X Patológico. 10 de Agosto de 2012. Disponível em: <http://psicoweslei.blogspot.com.br/2012/08/medo-normal-x-patologico.html> Acesso em: 28/10/2013.