terça-feira, 12 de junho de 2012

QUANDO A BOCA CALA, O CORPO GRITA



A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.



O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.

O câncer mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.

E as dores caladas?
Como falam em nosso corpo?

A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.

O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas Equívocos, existem semáforos chamados Amigos, luzes de precaução chamadas Família, e ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão, um potente motor chamado Amor, um bom seguro chamado, abundante combustível chamado Paciência.

Mas principalmente um maravilhoso condutor chamado
DEUS

 (Nelson Torres)










domingo, 10 de junho de 2012

O PAPEL DOS JOGOS NA APRENDIZAGEM


A ludicidade está intrínseca no ser humano desde a pré-história. O ato de brincar é a mais pura forma da criança se expressar, é brincando que ela expressa o que está sentindo e também interioriza o mundo ao seu redor. Porém, o ato de brincar vai muito além, é neste momento que os jogos começam a apresentar-se, e será através deles que a criança desenvolverá boa parte de suas habilidades motoras e cognitivas.
    
Ao brincar, a criança simula a vida real, ela respeita as regras do jogo além de exercitar o seu cognitivo, desta forma o desenvolvimento psicomotor pode ser estimulado quando o jogo é utilizado. Acredita-se que na presença dos jogos, a criança estimulada terá maior interesse pelas atividades propostas, desta forma levando-a a um maior desenvolvimento.

Froebel (apud ALMEIDA 2000) acreditava nos métodos lúdicos da educação. Ele dizia que o educador faz do jogo um instrumento para promover a educação para crianças, e também é uma forma de conduzir a criança à atividade, auto-expressão e a socialização.

Porém a função do jogo para a criança não é somente para revelar o lúdico. Eles desenvolvem habilidades motoras e cognitivas tais como: esquema corporal, espaço, raciocínio lógico, ritmo, lateralidade, equilíbrio, socialização coordenação motora geral, entre outros.

Existem várias definições acerca do jogo. A definição que temos no dicionário Aurélio é que o jogo “é uma atividade física ou mental fundada em sistemas de regras”.

Os jogos infantis são provenientes de práticas abandonadas por adultos e foram transmitidos de geração em geração. Alguns desses jogos permanecem com sua estrutura inicial, já outros, se modificaram recebendo novos conteúdos.
   
 No Brasil, os jogos infantis foram grandemente influenciados por portugueses, negros e índios, e fazem parte da cultura infantil na atualidade.
    
 Para a criança, o jogo não é apenas uma brincadeira, um momento de lazer, nele ela exterioriza sentimentos e manifestações do mundo ao seu redor. Para ela, não existe diferenciação entre jogo e brincadeira, pois os dois são manifestações lúdicas.
  
  O jogo é um elemento de grande importância no cotidiano infantil. Além disso, podemos considerar que o jogo educa a criança e estimula a interação com o grupo, conversar e resoluções de problemas entre as crianças. Ele também ganha uma conotação educativa quando há intervenção do educador.
    
O jogo expõe a criança a desafios e obstáculos. Ele deve ser elaborado para proporcionar vivência, pois a criança, quando joga, presencia e vivencia as influências que é atribuído ao jogo, como: alegrias, prazeres, ansiedade, entre outros.
   
 Soler (2003) em seu livro jogos cooperativos para educação infantil descreve algumas funções essenciais do jogo. O autor afirma que com o jogo a criança explora o mundo ao seu redor, aprimora relações interpessoais, utiliza a fantasia trazendo o mundo real para suas brincadeiras, experimenta novas sensações através dos seus erros e acertos.

Contudo, a utilização dos jogos durante o processo de desenvolvimento da criança é indispensável, pois a partir daí, aprimora-se os aspectos cognitivos (representam a inteligência da criança), afetivos e motores.
   
 A cognição está relacionada com a afetividade, pois a criança apresenta suas atitudes de acordo com seu pensamento. Assim, os aspectos cognitivos (espaço, tempo e casualidade) também estão relacionados aos afetivos (características individuais, motivação, curiosidade e criatividade), uma vez que suas manifestações se dão no pensamento egocêntrico. Estes aspectos surgem na fase simbólica da criança, através da assimilação do meio em seu jogo. É na fase simbólica que a criança demonstra a capacidade de imitar, linguagem e desenho.
Além desses dois aspectos, existe ainda o aspecto motor. Dele fazem parte as noções de coordenação, equilíbrio, velocidade, agilidade e potência. Cada uma dessas noções são bastante exercitadas e desenvolvidas com o jogo.
  
À medida que a criança joga, ela deixa transparecer seus sentimentos, sejam eles de alegria, agressividade, tristeza ou excitação. Portanto, uma criança se manifesta a partir do que está sentindo.
    
São nos três primeiros anos de idade que o jogo é aflorado no cotidiano da criança. Ao brincar, ela tenta superar as dificuldades presentes no jogo. Neste momento, o adulto não deve interferir, apenas, observar, pois, a criança está, desta forma, aprimorando seu conhecimento motor.

Nota-se que com a utilização dos jogos e materiais pedagógicos adequados, as crianças desenvolvem o sentido de ordem, ritmo, forma, cor, tamanho, do movimento, da harmonia e do equilíbrio. Apesar disso, a utilização do jogo nas escolas foi, por muito tempo, criticada, mas é inegável sua contribuição para a aprendizagem de varias disciplinas como: matemática, geografia, historia, educação física, entre outras.
  
  Desta forma, torna-se claro que o jogo possui duas funções: uma lúdica; outra educativa. A primeira é quando uma atividade é prazerosa e alegre. Já a segunda é quando o jogo ensina algo, desenvolve o conhecimento infantil.
    
Essas duas funções do jogo são dependente uma da outra, pois quando se perde a ludicidade, o jogo se transforma em um instrumento de trabalho e assim, deixa de ser jogo.
   
 O jogo passa por vários estágios, o estágio das regras, ideias, estratégias exceções e analises das possibilidades, por isso é indispensável sua presença na infância e seu uso deve ser incentivado na escola. É de extrema importância que a criança esteja inserida em um ambiente onde existam brincadeiras.
    
Além disso, o jogo ajuda a criança de várias maneiras, desenvolve a sua capacidade de, não só resolver problemas, mas também encontrar várias maneiras de resolvê-los.
   
 Para a criança o jogo é a abertura à fantasia, ao imaginário, é também uma atividade importante na construção e desenvolvimento da personalidade, na interação com outras pessoas.

É a partir de jogos e brincadeiras que as crianças percebem e assimilam a sociedade a sua volta recriando a realidade e fazendo parte dela. Portanto, o jogo é condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças assimilam e podem transformar a realidade quando jogam. Cabe lembrar que cada criança é um ser único dentro desse processo de desenvolvimento.

Fica evidente que as dificuldades e limites impostos pelo jogo, pela brincadeira certamente contribuirão para a criança em vários aspectos, ajudam a criança a se inserir no mundo e lidar melhor com as frustrações futuras.
   
 A prática de atividades lúdicas, favorece na capacidade de relacionamento, na maturidade emocional e motora do ser humano além de despertar um comportamento sadio.
  
  Piaget (apud FREITAS e ASSIS 2006) dividiu o desenvolvimento cognitivo em fases, ou etapas. Cada fase define um momento em que as estruturas cognitivas da criança, são construídas. São elas:
Fase sensório-motora (de 0 a 2 anos) - O bebê possui reflexos e capacidade inatos de adaptação e equilíbrio às inter-relações com o meio e utiliza-os para conhecer o que é novo e até mesmo para relacionar com outras crianças. É nesta fase, que a criança constrói a noção de “eu” sendo capaz de se diferenciar do seu meio, descobrindo o seu próprio corpo.
Fase pré-operatório (de 2 a 7 anos) - Nela, a criança começa a representar situações proporcionadas pelo meio. Assim, quando uma criança pega uma boneca acreditando ser um bebê, a coloca no colo e age da mesma forma que sua mãe agiria consigo.  É nesta fase que se dá o aparecimento da linguagem.
Fase de operações concretas (de 7 a 11 anos) - A criança, nesta fase, torna-se menos egocêntrica e ela, agora, consegue diferenciar o real do imaginário em sua percepção.  O pensamento lógico torna-se mais preponderante e as ações interiorizadas ficam cada vez mais reversíveis, a criança começa a compreender que qualquer forma, ordem e posição podem voltar a sua forma, ordem e posição inicial. Nesta fase, as regras são de interesse da criança quando aplicadas a brincadeiras.
Fase de operações formais (de 11 anos em diante) - Nesta fase do desenvolvimento cognitivo a dedução e a lógica por meio da implicação desenvolvem-se, o indivíduo é capaz de raciocinar além do momento presente. Assim sendo, é a partir desta fase que se pode trabalhar com hipóteses, a princípio, nem verdadeira nem falsa, apenas possibilidades, e isso permite que o indivíduo estenda seu pensamento.

Com o jogo a criança explora seu corpo e o meio, assimila conhecimentos que enriquece a sua personalidade e aprende a formular soluções rápidas para problemas no seu dia-a-dia.
    
O jogo é uma forma divertida que a criança encontra para aprimorar suas habilidades, afim de melhor desenvolver suas atividades cotidianas.
   
 É jogando que ela é estimulada a superar desafios motores e cognitivos, fazendo com que a criança comece a criar soluções, a cooperar e a vivenciar novas experiências motoras , resultando em um desenvolvimento infantil mais completo possível.
   
 Desta forma, nota-se que o jogo, as brincadeiras são indispensáveis para o desenvolvimento infantil, sendo reconhecido, segundo Santos (apud MAGNANI, 1998), pela constituição brasileira (1988) e pelo Estatuto da criança e do adolescente (1990). Comenta que todas “(...) são conquistas importantes, que colocam o brincar como prioridade, sendo direito da criança e dever do Estado, da família e da sociedade. Essa é uma questão legal e aceita por todos...” (op. cit. 1998).

O jogo além de despertar na criança os sentimentos de: cooperação, motivação, a criatividade e a sociabilidade. O mesmo desenvolve habilidades como: esquema corporal, estruturação de espaço e de tempo, raciocínio lógico, equilíbrio, coordenação geral entre outros. Sendo assim, indispensáveis para que haja um desenvolvimento infantil pleno.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALMEIDA, Paulo Mendes de. Educação lúdica, técnicas e jogos pedagógicos. 10ª ed. São Paulo: Loyola, 2000.
FREITAS, Maria Luisa de Lara Uzun de; ASSIS, Orly Zucatto Mantovani de. Os aspectos cognitivo e afetivo da criança avaliados por meio das manifestações da função simbólica. Revista Eletrônica Ciências & Cognição. 2006.
MAGNANI, Eliana Maria. O brincar na pré-escola: um caso sério? 1998. 106 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas 1998.
Rizzi, Leonor e Haydt, Regina Célia. Atividades lúdicas na educação da criança. Ed. Ática, 6º edição, Série Educação. 1997.
ROBERTO ZAFFALON JÚNIOR, José. Jogo e Ludicidade: contribuições para o desenvolvimento infantil. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 14 - Nº 137 - Octubre de 2009. <http://www.efdeportes.com >. Data de acesso: 25/05/2012.
SOLER, Reinaldo. Jogos cooperativos para educação infantil. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

CARLOS, Jogos + Brincadeiras = Desenvolvimento cognitivo. Krônicas -  5 de julho de 2007. < http://klimick.wordpress.com/2007/07/05/jogos-brincadeiras-desenvolvimento-cognitivo/> Data de acesso: 25/05/2012.

SILVA, Susany Garcia da, Jogos educativos digitais como instrumento metodológico na educação infantil. Psicopedagogia Brasil: prazer em aprender. Publicado em 05/09/2010. < http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/artigos_susany_jogoseducativos.htm>. Data de acesso: 26/05/2012.