terça-feira, 9 de abril de 2013

TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO



De acordo com Drauzio Varella, TOC ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais - DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões (pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira ) e compulsões (comportamento consciente e repetitivo, como contar, verificar, rezar, repetir palavras ou frases, etc).

Os portadores dessa desordem realizam rituais próprios da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade, uma vez que pensam que se não agirem desta forma, algo terrível pode acontecer-lhes. Contudo, a medida que os pensamentos obsessivos são realizados tende a agravar-se podendo transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.

Existem dois tipos de TOC:

a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.

Causas:

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos (é bastante comum que os sintomas surjam depois de algum estresse psicológico; conflitos psíquicos agravam os sintomas)  e histórico familiar (que pode também influir sob a forma de crenças e regras que regem a vida da pessoa criando uma espécie de terreno propício para o surgimento do transtorno) e fatores ligados ao tipo de educação (mais ou menos severa ou exigente, incutindo culpa ou não),  também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.

Sintomas:

O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.

Dentre as obsessões mais comuns estão a preocupação excessiva com limpeza (obsessão) que é seguida de lavagens repetidas (compulsão). As dúvidas (obsessão), que são seguidas de verificações (compulsão) e indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma consequência ruim. 

O paciente com TOC, costuma ter também uma preocupação exagerada com eventos pouco prováveis de causar-lhe algum dano, tais como a contaminação, roubo, perdas, etc., preocupações estas que acabam obrigando-o a lavagens, recontagens, rechecagens, etc.

Também o constante sentimento de que algo está ainda faltando, incompleto ou imperfeito acaba fazendo com que esse paciente tenha extrema dificuldade prática para concluir tarefas. Acredita sempre que o gás não está bem fechado, que as mão não estão tão limpas, entre outros. Todos estes são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.

Diagnóstico:

A incidência do TOC é maior em pessoas com conflitos conjugais, divorciados, separados e desempregados. É maior também nos familiares de 1º grau (3 a 7%) de portadores de TOC, é igualmente presente entre homens e mulheres, sendo um pouco mais freqüente em adolescentes masculinos (75%).
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos apartir dos 20 anos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade.

Para o diagnóstico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, os pensamentos obsessivos, e as conseqüentes compulsões deles decorrentes, devem ser suficientemente intensos para causar sofrimento acentuado, consumir tempo, interferir significativamente na rotina normal da pessoa, no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais.

Tratamento:

Segundo Drauzio Varella, o tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam.

A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.

É sempre importante esclarecer o paciente e sua família sobre as características da doença. Quanto mais a par estiverem do problema, melhor funcionará o tratamento.


Referência

Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo - In. PsiqWeb Internet, disponível em: < http://www.psiqweb.med.br/>, revisto em 2007. Acesso em: 05/03/13

CORDIOLI, Aristides Volpato. TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/toc/> Acesso em: 05/03/13.

VARELLA. Drauzio. TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO. In: Corpo Humano. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/toc-transtorno-obsessivo-compulsivo/> Acesso em: 05/03/13

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